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A partir dos anos 1920, os carros começaram a ocupar mais espaço na cidade, fazendo com que as pessoas fossem gradativamente perdendo lugar nas ruas para os automóveis.

Na tentativa de organizar melhor o espaço ocupado pelos carros estacionados nas vias, as cidades passaram a exigir uma quantidade mínima de vagas nos novos edifícios, com a ideia de que isto eliminaria o caos nas vias públicas, mas sem considerar as consequência a longo prazo desta medida.

Com o crescente número de vagas nos condomínios, escritórios e shoppings, utilizar o automóvel para se deslocar pela cidade se tornou mais conveniente e cada vez mais pessoas passaram a andar de carro diariamente.

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Com o tempo, as cidades tiveram que ceder cada vez mais espaço para os automóveis através de rodovias, avenidas, pontes e viadutos que foram sendo construídos para acomodar a demanda crescente de carros nas vias. No entanto, mesmo construindo mais vias e vagas de estacionamento, os congestionamentos continuaram crescendo e com eles o número de mortes no trânsito e a poluição.

A partir dos anos 1960 e 1970, cidades nos Estados Unidos e Europa começaram a rever sua legislação ultrapassada que regulamentava os estacionamentos. O edifício Central Saint Giles, no centro de Londres, é um exemplo de projeto de uso misto com mais de cem unidades de habitação e 37.000 m² de espaço para escritórios. Mesmo com esta grande área construída, o projeto conta com apenas 30 vagas de estacionamento, sendo parte delas dedicada ao estacionamento de bicicletas e ao acesso para pessoas com deficiência. Diversas cidades ao redor do mundo também estão trabalhando para atualizar os modelos de gestão de vagas de estacionamento de modo que o espaço público seja usado de maneira equitativa por todas as pessoas e modos de transportes.

Este cenário mostra que a mudança no paradigma da mobilidade já começa a aparecer. Em alguns países os jovens estão dirigindo menos que as gerações anteriores, com um menor número de pessoas obtendo habilitação para dirigir e apontando que as novas gerações desejam cidades mais caminháveis, cicláveis e com menos estacionamentos.  Com isso, fica evidente que a criação de novas vagas de estacionamento torna conveniente o uso do carro privado e retira espaço para que as pessoas desfruem a vida urbana.

Vídeo produzido pelo ITDP e pela StreetFilms.