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Tragédia em Copacabana abre debate necessário sobre redução de velocidade

Na noite de ontem (18/01), uma criança perdeu a vida e outras 16 pessoas ficaram feridas ao serem atropeladas no calçadão da orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo a imprensa e testemunhas, o condutor – cuja habilitação encontra-se bloqueada – sofreu um mal súbito e perdeu o controle do veículo, atingindo os pedestres em alta velocidade.

Esta tragédia traz uma importante reflexão sobre as deficiências na fiscalização de condutores em cidades brasileiras e a adoção de limites de velocidade incompatíveis com o meio urbano. Ambos os fatores contribuem para a mortalidade de pedestres no trânsito.

O limite de velocidade na Avenida Atlântica e Avenida Vieira Souto, ao longo da orla dos bairros Leblon, Ipanema e Copacabana, é de 70 km/h. Muitas vias de ligação na cidade do Rio de Janeiro mantém velocidades acima do recomendado por órgãos internacionais e estudiosos do tema, como é o caso da Avenida Brasil e da Avenida Salvador Allende. Estudos apontam que o impacto entre um veículo e um pedestre a 30 km/h resulta em probabilidade de 5% de fatalidade do pedestre; a 50 km/h a probabilidade é de 40%; a partir de 70 km/h, a probabilidade é de 90% ou mais. Por este motivo, a velocidade máxima recomendada pela Organização Mundial da Saúde para áreas urbanas é de 50 km/h.

A diminuição das velocidades nas vias urbanas também apresenta benefícios para os condutores de automóveis. Um estudo da CET-SP aponta que a capacidade viária (número de veículos/tempo) é maior com velocidades de 40 km/h, melhorando a fluidez como um todo. Essa constatação tem fundamento se observarmos um fator simples: a distância de segurança entre veículos. Com velocidades altas, a distância de segurança para evitar o risco de colisões aumenta e a fluidez diminui; com velocidades baixas, a distância entre veículos diminui e aumenta a fluidez do trânsito.

Em 2014, a Prefeitura de Nova Iorque criou o programa Vision Zero, cuja meta é  zerar o número de mortes no trânsito até 2024. No pacote de ações, a redução dos limites de velocidade para 25 milhas por hora (40Km/h) está entre as principais medidas, que associada ao aumento da fiscalização dos motoristas que não param para a travessia de pedestres e a instalação de novos sistemas para fiscalização eletrônica de velocidade, registrou uma queda de 15% no número de mortes já no primeiro ano do programa.

A redução de velocidades apresenta benefícios para todos os usuários da via, sendo decisiva para a diminuição do número de vítimas no trânsito.  Espera-se que a tragédia  sirva de reflexão e motivação para a reavaliação dos limites de velocidades estabelecidos na cidade do Rio de Janeiro. O ITDP Brasil tem trabalhado com medidas para a redução de velocidade nas cidades brasileiras. Para entender melhor, sugerimos a releitura dos artigos “Reduzir a velocidade para preservar vidas” e “Moderação de tráfego e sua importância na construção de cidades mais humanas e inclusivas”.

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